segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Indigènes (aka Dias de Glória)

Realizador: Rachid Bouchareb
Origem: França, Bélgica, Argélia, Marrocos
Ano: 2006
Actores: Jamel Debbouze, Samy Naceri, Sami Boujila...

Antes de falar um pouco sobre este filme devo dizer que é com muito agrado que participo neste espaço. Tentarei colaborar o melhor possível de modo a não defraudar quem me convidou.
Todavia, julgo que este blogue só avançou porque sempre que entrava no Ovelha Negra" o Eusébio devia pensar "lá vem este pedir 5 mil sugestões de filmes!". Agora já me pode remeter para "O Rebanho". Obviamente que estou a brincar. Se há coisa que me satisfaz no Ovelha Negra é a constante disponibilidade sincera em dar dicas e sugestões (sempre com espírito crítico) sobre os filmes.

Quanto ao filme.
Dias de Glória é daquelas obras que me enche as medidas e considero-o indispensável a todos os que se interessam pela Segunda Grande Guerra e pela história do século XX.
A guerra é um fenómeno que me fascina. Por um lado, por ser incapaz de participar numa. Por outro, é um momento em que a complexidade multidimensional do Homem se revela e atinge o seu expoente, mostrando o medo, o amor, o instinto de sobrevivência, a raiva, o sacrifício, o companheirismo, a violência, a ingenuidade, a coragem, alegria... Este bailado está presente em "Dias de Glória".
Mas o que realmente o distingue é o facto de lembrar os esquecidos pela história, os soldados vindos das colónias francesas, nomeadamente argelinos, que combateram pela libertação da metrópole contra a Alemanha Nazi. O filme acompanha o percurso de um grupo desses soldados, mal preparados e discriminados, no seu avanço pela Europa.
Agradou-me a forma como cada personagem foi construída, evidenciando as diversas dimensões da natureza humana que referi atrás.
Não há nada a apontar em termos técnicos e boas performances por parte dos actores. Mas o encanto está na história e na História.

E serão os muçulmanos assim tão diferentes de nós?
Vejam a curta "O amigo Africano" que vem nos extras d DVD.

De 0 a 20, um 18.

Um comentário:

Eusébio Pinto disse...

Excelente drama de guerra. Foi nomeado o ano passado para os óscares e não ganhou. Se ganhasse também era merecido!