domingo, 13 de abril de 2008

Gato Preto Gato Branco

Título Original: Crna macka, beli macor
Realizador: Emir Kusturica
Actores: Bajram Severdzan; Srdjan Todorovic; Branka Katic; Florijan Ajdini; Ljubica Adzovic.
Ano: 1998

Nas margens do Danúbio, Matko Destanov (Severdzan) envolve-se em todos os negócios escuros que pode, invejando a riqueza do amigo Dadan (Todorovic). Com a ajuda de algumas mentiras, Matko consegue um empréstimo do "padrinho" local, Grga Pitic (Sulejman), um companheiro de outros tempos, e de outros crimes, do seu pai, Zarije (Memedov). Grga Pitic e Zarije já não se encontram muito bem de saúde, mas mantém o discernimento e o bom humor. Matko convence Dadan a ajudá-lo num roubo, mas as coisas correm mal, o que faz com que Matko fique numa situação de dívida para com Dadan. Dadan aproveita o crédito para negociar o casamento da sua irmã, Afrodita (Ibraimova), com o filho de Matko, Zare (Ajdjni). Zare, claro, não está nada interessado, não só porque não gosta da noiva imposta - conhecida por "anã" e "joaninha" -, mas porque está apaixonado por Ida (Katic), que trabalha num bar das redondezas.

Louco, único, marcante, surreal, genuíno, cheio de humildade e com muita vida!

"Gato preto Gato branco" é um filme que foi visto por mim quando tinha 15 anos de idade. Um amigo meu tinha este filme e já algum tempo me andava a chatear para o ver. A curiosidade foi grande, mas confesso que por um lado a capa do DVD não me captou muita atenção e por outro lado não conhecia a obra de Emir Kusturica. Portanto, as dúvidas eram grandes, mas como naquela idade não se tem muito para fazer lá me disponibilizei a vê-lo.

Vi uma, duas, três vezes e sempre que via não conseguia parar de rir, o surrealismo levado ao extremo é fantástico, a figura das próprias personagens, os músicos agarrados a árvores, comportamentos obssessivos como querer casar uma irmã força para satisfazer o desejo do seu pai e situações que não lembram a ninguém, mas que fazem rir até não conseguir mais. Além destes atributos a fotografia e a banda sonora são duas facetas do filme que não nos deixam indiferentes. A imagem do campo de girassóis ficou-me na cabeça.

Kusturica além de criativo director de cinema, também possiu uma faceta musical partilhando uma banda com os seus amigos, os "No Smoking Orchestra". Esta banda desenvolveu um movimento de resposta ao movimento punk e new wave a que apelidaram de new primitives. A banda é responsável pela banda sonora no filme.

"Gato preto Gato branco" foi vencedor do prémio para a melhor realização no Festival de Veneza em 1998.


Mais um TOP 5! De 0-20, daria 19.

3 comentários:

Sara Tavares disse...

Filme excelente!
Concordo plenamente com a pontuação!

Anônimo disse...

Sem duvidas um grande filme. Deixo aqui uma dica se ainda nao viram vale a pena ver dele "o meu pai foi em viagem de negocios" e "dolly bell" dois filmes da decada de 80...brilhantes!!!

Volat Il disse...

Fui ver este filme, em 1998, ao cinema King, em Lisboa, como sempre carregado de pseudo-intelectuais alfacinhas.
Entrei com um casal amigo e, tal como os fãs de filmes de culto aparecem vestidos com trajes dos seus heróis, nós fomos vestidos de... ciganos.
À chegada, antes do filme fomos olhados com desconfiança e sorrisos trocistas. No final, à saída, a reacção foi bem diferente. Pois é... o Kusturica merece.

Julgo que, hoje, já todos sabemos que ir ver um filme deste realizador é como chegar a uma festa em que já está tudo bêbado.